E se a gente parar de fingir?


Ontem, eu participei de uma assembleia de estudantes na USP. A discussão foi sobre o apoio aos outros movimentos estudantis que estão acontecendo na universidade.

A reunião estava indo bem, mas perto da votação os ânimos se esquentaram. As pessoas começaram a fazer questionamentos sobre os encaminhamentos, e a falta de tempo acabou por prejudicar a conversa, que ganhou falas machistas e falta de respeito.

Mas no fim, “tudo deu certo”. Ou pelo menos, fingiu-se que deu. O resultado foi aquele que sessenta e poucos porcento da maioria votou.

Enfim, eu estava a refletir sobre este encontro e notei que fingimos demais.

Nós temos esta tendência de ignorar o que não nos convém e de seguir acreditando que estamos certos. Mas até quando é possível ignorar a realidade?

Encarar a realidade é difícil. Mas dai pensei, e se a gente fizesse isso? E se a gente parar de firgir e encarar a realidade?

Dai pensei em escrever um super texto sobre isso, tecido em um contexto onde os ataques às universidades são cada vez mais constantes para lembrar que querem nos imputar a imagem de maconheiros e vagabundos e que, se não fizermos um bom trabalho de extensão com a sociedade para mudar isso, vamos acabar perdendo para este projeto que quer o desmonte da universidade e o fim do pensamento critico.

Pensei em um monte de coisas mirabolantes que poderia escrever para solucionar esse problema.

Mas foi então que eu encarei a minha própria realidade? Quem sou eu? Quem é você? Quem somos nós?

Eu sou um poeta/músico/escritor fracassado que finge ser um cientista que vai salvar a umiversidade?

Eu nem sei quem eu sou. E talvez não seja nada.

E foi ai que eu entendi que a resposta para minha pergunta sobre parar de fingir era muito óbvia.

Se a gente parar de fingir, a gente coringa.



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